quarta-feira, 28 de julho de 2010

O amor que merece

O meu amor me diverte quando chama
Diz que me ama
Depois não dá a mínima e desaparece

O meu amor me entristece
Cria expectativa
Mas não liga
Me convida em seguida me esquece

Mas como ele mesmo diz
Cada um tem o amor que merece
Não reclama
Cada um só tem o amor que merece

Zeca Baleiro e Alice Ruiz

Absurdo

Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. “Acho que tudo está bem”, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores Inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe.

Albert Camus
Retirado do Mito de Sísifo

Tempo

Como eu queria que fosse possível voltar no tempo.
Agir diferente, ou mesmo ter tempo para corrigir alguns erros. Não me martirizo por eles, faziam e continuam fazendo parte da minha trajetória de vida e de “constante aprendizado”. Mas não posso ser hipócrita e dizer que não me arrependo deles. Sim, e muito. As coisas aconteceram no lugar certo e na hora errada, e vimos que isso fez toda a diferença. Gostaria de poder viver tudo aquilo novamente, no momento em que me encontro hoje. Na ausência de possibilidades me apego às lembranças desse tempo alegre. Sou extremamente grata a elas.